O papel do professor frente às novas tecnologias

Carmem Angela Corrêa Araujo




Na atual sociedade da informação são muitos os desafios que teremos que enfrentar para nos transformarmos nos profissionais da modernidade, estudando sempre e trocando experiências com outros colegas, buscando o desenvolvimento das competências que deve ter o educador da atualidade.

Nesse 'novo contexto' surge a figura do 'educomunicador' que é, ou pelo menos, deve ser alguém que congregue as funções de educador e comunicador. Um profissional consciente de seu papel na era da informação e da comunicação. Que percebe as potencialidades das ferramentas que têm ao seu alcance e faz uso delas para mediar o conhecimento. Alguém que divide com seus alunos o palco da construção de um saber partilhado.


Segundo Soares, “[...]toda relação comunicativa pode transformar-se numa relação educativa e toda ação educativa deveria transformar-se em ação comunicativa”. Essa comunicação hoje não é mais unilateral, ou pelo menos, não deveria ser. O educador precisa assumir uma postura de articulador do conhecimento e estabelecer uma relação de parcerias com seus alunos para que estes se tornem protagonistas do processo de ensino e aprendizagem.


O professor de hoje deve estar sempre em uma incessante busca por novos modelos, diferentes formatos que possam satisfazer o seu “cliente” que é o aluno. De acordo com Moran, “Educar numa sociedade em mudanças rápidas e profundas nos obriga a reaprender a ensinar e a aprender[...]” e a escola não pode ficar isolada da realidade que a cerca.


É chegado o momento da 'escola' repensar e redesenhar a prática pedagógica e os currículos escolares, incorporando as Tecnologias da Informação e da Comunicação em suas rotinas escolares. Para isso, é importante que os educadores sejam preparados para essas mudanças e que possam assumir uma postura aberta e flexível, abusando da ousadia e da criatividade.


As escolas estão sendo equipadas com as Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação. Aos poucos, estão sendo oferecidas formações aos professores para a utilização dessas ferramentas na sua prática pedagógica, mas isso não basta. Segundo Papert, “Muito mais do que 'treinamento', é necessário que os professores desenvolvam a habilidade de beneficiarem-se da presença dos computadores e de levarem este benefício para seus alunos” (1994: 70).


Com o avanço tecnológico e o advento da Internet, a informação foi democratizada e não se encontra mais restrita ao âmbito escolar. A linguagem das mídias, repleta de imagens, movimentos e sons atrai, principalmente, crianças e jovens que dominam com facilidade as novas tecnologias, dispensando manuais e treinamentos.


Quando essa realidade invadir o mundo da educação, que até o momento ainda é em grande parte, monótono e repetitivo, acontecerá a revolução educacional, despertará o interesse dos aprendizes e transformará a aprendizagem em algo prazeroso, significativo e, quando realizada por meio de projetos colaborativos, com a parceria entre alunos e professores, será capaz de provocar uma mudança significativa, formando cidadãos ativos, críticos e criativos para um mercado de trabalho cada vez mais exigente.


Até o momento, essas novas propostas de ensino estão recebendo uma resposta muito tímida da escola pela falta de uma política institucional mais ousada, corajosa e incentivadora para as mudanças. Precisamos aprender a ensinar para, com muita convicção e segurança, aos poucos, mas com firmeza e determinação, irmos sinalizando as mudanças por meio de ações pedagógicas inovadoras que irão conquistando mais adeptos e seguidores e, para isso, é importante a conquista de parcerias com projetos interdisciplinares e colaborativos.


Referências:


MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá. p. 73-86. Papiros, 2007.


PAPERT, S. A máquina das crianças: Repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.


SOARES, Ismar de Oliveira. Uma educomunicação para a ciadadania. Disponível em <http://www.usp.br/nce/wcp/arq/textos/6.pdf> - Acessado às 10h do dia 15/05/2011.
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